Os tremoços são sementes da tremoceira, geralmente vendidos e consumidos em conserva, como petisco ou aperitivo. Sendo uma leguminosa, apresenta uma quantidade considerável de proteína, incluindo lisina (um aminoácido essencial), fósforo, cálcio, potássio e vitaminas do complexo B e vitamina E.
No que diz respeito à composição em termos de gordura, a sua grande maioria – 86% -, é composta por gorduras insaturadas, nomeadamente ácido oleico, que é também encontrado no azeite, e ácido linoleico, mais conhecido por ómega. 6
Apresentando um elevado teor de fibra, o consumo deste alimento pode ter influência no controlo dos níveis de colesterol sérico e tem efeito na regulação do trânsito intestinal. Ainda associado ao teor de fibra elevado, o consumo de tremoço pode ser uma estratégia para controlar o apetite, aumentando a sensação de saciedade.
Pela presença natural de alcalóides na sua constituição, o consumo do tremoço sem qualquer tipo de tratamento é desaconselhado, sendo que estes alcalóides apresentam efeitos neurotóxicos e hepatotóxicos, que se traduzem em efeitos prejudiciais para o organismo se os tremoços forem consumidos em cru ou seco, e em grandes quantidades por longos períodos de tempo. Por esta razão, o comum tratamento de cozedura com posterior demolha em água é absolutamente necessário, de forma a garantir que o consumo desta leguminosa é feito sem qualquer tipo de risco para a saúde.
A tradicional conservação dos tremoços caracteriza-se pela utilização de grandes quantidades de sal, tornando o teor de sódio dos mesmos elevado. Esta questão poderá ser contornada se os tremoços forem demolhados em água sem sal durante vários minutos antes de serem consumidos.
Em termos de aplicações, o tremoço é um alimento versátil. Para além de aperitivo ou petisco, pode ser utilizado para fazer patés ou outros produtos transformados, como croquetes, por exemplo. Sob a forma de farinha, pode ser utilizado na produção de bolachas, pão, biscoitos e massa.